sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ANJOS E DEMÔNIOS


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O título desta crônica tem uma palavra um tanto quanto “pesada”, mas é proposital. Quero chamar a atenção dos irresponsáveis de plantão. Estamos caminhando primavera adentro e logo, logo, o verão estará batendo à porta. A quantidade de pessoas que deixam seus lares, na intenção de passar as férias em outra localidade que não a sua, é imensa, e os destinos preferidos da maioria dessas pessoas são o litoral e, em menor proporção, as estâncias hidrominerais ou algum hotel-fazenda. Até aí, nada demais, não fosse a transformação de personalidade que acomete alguns indivíduos. E diga-se, transformação extremamente ruim.
Já residi no litoral, por pouco tempo, mas tive a oportunidade de transitar entre o inverno e o verão, e posso atestar que a mudança entre uma estação e outra é algo aterrador. Nunca presenciei tanta paz e falta do que fazer, quanto nesse período de inverno em que morei próximo ao mar. Ruas tranquilas, pessoas se deslocando para o trabalho em suas bicicletas, supermercados vazios, praias desertas e limpas e as ruas sem nenhum papel voando sobre os carros. Já no verão...
Meu pai me ensinou que “não se faz aos outros o que você não quer que os outros façam à você”. Sempre segui essa premissa, e procuro viver em harmonia com todos a minha volta, no entanto, algumas pessoas perdem completamente a elegância, o bom senso e os bons modos (perdem a educação e a vergonha na cara, para falar claramente) quando estão longe de seus lares. Conheço pessoas que mantêm suas casas como verdadeiros castelos, onde se vê tudo limpo, arrumado, com grama cortada e sem nenhum lixo jogado pelos cantos. O silêncio é sempre algo exigido por essas pessoas, e são calmas, tanto no trânsito quanto em outros locais onde existam mais pessoas dividindo o ambiente. Por que, então, quando estão longe de casa, se tornam baderneiros? Jogam tudo pelos cantos, não se importam em preservar limpa a cidade dos outros, estacionam nas calçadas, viram selvagens em lojas e supermercados, enfim, parece que um capetinha fica espetando suas bundas e dizendo: “--Vai lá, este não é o seu lar. Para que manter o respeito?”.
Não digo que todas as pessoas ajam dessa maneira, evidente. Mas muitos são assim ou até piores. E os adolescentes? Esses mesmos, que já fazem arruaça no seu dia-a-dia quando estão em seus locais de origem, ao chegarem ao litoral para as férias, ficam ainda piores. Acham que são os donos do lugar e que todos devem se dobrar ao seu anarquismo barato e jeito irresponsável de viver. Bagunça? Gritaria? Baderna? Música alta? Isso tudo é o de menor importância frente ao que eles e muitos adultos fazem. Cometem verdadeiros atos de irresponsabilidade, como fazer das ruas um palco de guerra automobilística, por exemplo. Quem conhece o litoral em época de veraneio, sabe muito bem disso. Os “rachas” com automóveis são comuns, assim como andar na contramão, ou com alguém pendurado para fora da janela do veículo, fazer “cavalo de pau” e subir pelas calçadas em alta velocidade. Andar sem cinto de segurança? Bom...

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E as irresponsabilidades não param por aí. Existem os pichadores, os depredadores de patrimônio alheio (telefones públicos e lixeiras são os que mais sofrem), os destruidores  de   sacos de lixo que estão aguardando os recolhedores desse material, os brigões (bêbedos ou não), os arruaceiros, os que acham que as ruas são banheiros públicos, entre  tantos    outros. Um dos tipos de irresponsáveis que mais incomodam com seus atos, inclusive um dos atos mais torpes e criminosos entre todos os  que citei, são aqueles que  quebram garrafas de vidro na areia da praia. Não é incomum a areia encobrir os cacos e transformar isso numa verdadeira armadilha. Quantas pessoas perdem suas férias ao  serem mutiladas por uma irresponsabilidade dessas?
Como citei alguns parágrafos atrás, meus dias de inverno no litoral chegaram a ser maçantes, mas era tudo calmo, de uma paz que pouco se vê. Já no verão, permaneci uma semana e, sem aguentar, subi a serra e voltei para meu cotidiano metropolitano. Mas meu sossego não durou muito, e me obriguei a voltar para o litoral e passar o restante da temporada.
Não se engane, achando que isso acontece somente no litoral. O desrespeito ao próximo e à cidade alheia é comum também no campo. Pode acontecer em menor escala, mas acontece. Muitas pessoas respeitam a “casa dos outros” até mais do que a sua, mas, por vezes, seus filhos não o fazem. Quantos adolescentes, verdadeiros santos na presença dos pais, acabam se transformando em baderneiros da pior cepa quando distantes de casa e, consequentemente, longe dos olhos de seus responsáveis legais?
Respeito é uma coisa boa, e todos gostam. Mas, se você se enquadra entre os irresponsáveis descritos nas linhas acima e quer ser respeitado, então comece a respeitar o próximo e, principalmente, a cidade onde ele mora.

DÁ-LHE IMPOSTO


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Senta e respira fundo, porque a crônica é extensa. R$ 890.900.000.000,00 . Não se assuste, pois não há nenhum exagero neste número. E, caso você ainda esteja em dúvida quanto à quantidade de zeros, lá vai a quantia por extenso: OITOCENTOS E NOVENTA BILHÕES E NOVECENTOS MILHÕES DE REAIS. Esta é a estimativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para a arrecadação de impostos e tributos no Brasil, de 01 de janeiro de 2010 até hoje, 27 de setembro de 2010, às 23 horas e 12 minutos. A informação, para quem quiser ver, está no site da ACSP (endereço no fim da crônica), assim como algumas outras coisas interessantes também.
A ACSP, além da previsão de momento, trabalha com estimativas a longo prazo, e prevê uma arrecadação para este ano de 2010, em impostos e tributos, de 1 trilhão e 265 bilhões de reais. Muito dinheiro? Eu também acho. Então, movido por minha curiosidade, fui pesquisar um pouco sobre os tributos arrecadados pelo Brasil e, mais especificamente, como eles são gastos, e acabei parando nos sites da Receita Federal e Portal da Transparência. O primeiro é muito vago, e faz menções à gastos com reforma agrária, habitação popular, saúde, segurança, etc., ou seja, tudo aquilo que se fala no dia-a-dia, e que todos sabem na ponta da língua. Já o segundo, o Portal da Transparência, projeto mantido pelo Governo Federal, através da Controladoria-Geral da União (CGU), traz informações bem mais detalhadas. O site não é muito prático para se achar algo, mas, com algum esforço, as informações acabam sendo localizadas.
Segundo o Portal da Transparência, a receita realizada dos órgãos do Poder Executivo do Governo Federal, em 2010 (data de atualização não disponível no site) foi de R$ 1.073.188.711.942,31 , enquanto que o total destinado para aplicações e gastos do Governo Federal, em âmbito nacional em 2010 (data de atualização também não disponível), foi de R$ 719.142.699.134,85 . Segui minhas pesquisas e procurei descobrir para onde vai nosso rico dinheirinho, e cheguei a um quadro intitulado “gastos diretos por tipo de despesa”. Como ele é um pouco longo, reproduzirei apenas algumas das despesas governamentais (existem títulos duplicados, porém, estou apenas repassando o que encontrei no site em questão; valores em Real):
  • 85.885.281.694,35 em Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária
  • 263.189.329.413,31 em Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado
  • 2.642.160.100,64 em Equipamentos e Material Permanente
  • 8.246.489.190,86 em Obras e Instalações
  • 91.856.536.210,97 em Aposentadorias e Reformas
  • 1.092.047.575,33 em Auxílio Financeiro a Estudantes
  • 11.740.245.558,86 em Outros Benefícios Previdenciários
  • 34.234.007.632,85 em Pensões
  • 22.957.123.805,90 Aposentadorias e Reformas
  • 14.015.099.222,61 em Pensões
  • 6.668.920.711,88 em Concessão de Empréstimos e Financiamentos
  • 347.215.547,04 em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
  • 124.288.970,67 em Auxílio Financeiro a Pesquisadores
  • 344.725.026,30 em Auxílio Financeiro a Pesquisadores
  • 966,12 em Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso
  • 569.506.734,07 em Material de Distribuição Gratuita
  • 5.342.926.344,17 em Obrigações Patronais
  • 27.003.950.681,43 em Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil
  • 8.244.087.964,45 em Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar
E seguindo minhas andanças no mundo dos tributos e impostos, fiquei curioso em saber quanto é que se paga em impostos sobre toda a movimentação financeira de um indivíduo brasileiro num mês inteiro. Fui descobrir isso no site do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Pegue-se, como exemplo, uma pessoa solteira, sem dependentes, com renda mensal de R$ 3.000,00 e funcionário da iniciativa privada com carteira assinada. Digamos que essa pessoa tenha um total de R$ 2.400,00 com gastos mensais (transporte, saúde, educação, supermercado, água, luz, gás, telefone, vestuário e outras despesas gerais como passeios, viagens, festas, etc). Ao fim do mês, esse mesmo indivíduo terá pagado R$ 792,30 (26,41% do salário mensal) . Seriam R$ 61,30 de arrecadação sobre seu salário e R$ 731,00 sobre as despesas do mês (24,37% do que foi gasto no mês). Além disso, o empregador ainda precisou arcar com a parte patronal do recolhimento, ou seja, mais R$ 1.318,80 que foram pagos ao Governo, o que representaria 43,96% do salário.
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Então, numa leitura mais clara, sobre um salário de R$ 3.000,00 , com despesas mensais de R$ 2.400,00 , acabou sendo pago em impostos a quantia de R$ 792,30, ou seja, 26,41% do salário. Já o empregador pagou: R$ 1.318,80 , o que perfaz 43,96% do salário. No total, foi gerada para o governo uma arrecadação de R$ 2.111,10 , o que daria o equivalente a 70,37% do salário em questão.
Para finalizar minhas pesquisas, fui até o site Portal Tributário, e descobri ali uma lista atualizada de todos os tributos, taxas e impostos pagos dentro do Brasil. No total, são 85 itens. Eles vão dos mais comuns, como IPVA, FGTS, INSS, IPTU, ISS, ICMS, IRRF, INCRA, entre outros, até coisas como Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT), Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP), Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE, Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS, Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, rede de água, rede de esgoto, etc., e até um tal de Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).
O fato é que não se tem como fugir dos impostos. Trabalhou registrado, pagou imposto. Comeu uma bala, pagou imposto também. Até para pagar imposto se paga imposto. Duvida? Se você faz sua declaração de ajuste do Imposto de Renda em seu próprio computador, você utilizou a internet para transmití-la. Então, pagou a conta da banda-larga e, com isso, pagou imposto. E se fez a declaração via contador, teve que pagar os serviços do mesmo e, consequentemente, ele recolheu os impostos sobre o valor recebido. Nos recolhimentos através de DARF (guia própria para recolhimentos), você precisou comprar o talonário e se deslocar até algum banco ou lotérica para efetuar o pagamento. E em tudo isso, aquisição da guia, transporte e serviços bancários, existem impostos. O ar que respiramos “ainda” é isento, mas não o ar que nos aquece ou que resfria nossos ambientes. Por mais que você adquira um equipamento de ar-condicionado sem pedir nota fiscal, precisará de energia elétrica para fazer o aparelho funcionar. Mais imposto. E não vou nem falar da água que bebemos, pois seria “chover no molhado”.
Para fechar a crônica, uma última passadinha no impostômetro, apenas para comparar com os valores do começo da crônica. Total atual após 20 minutos de escrita: R$ 891.100.000.000,00 .
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Para aqueles que quiserem consultar os dados acima:
http://www.impostometro.org.br/ (dados atualizados em tempo real da estimativa de recolhimento de tributos no Brasil)
http://www.ibpt.com.br/home/index.php
http://www.ibpt.com.br/olhoImposto/ (modo prático de calcular o quanto você paga de imposto no mês sobre tudo o que recebe e gasta)
http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm (lista atualizada, com citação de leis e decretos, de todos os tributos, impostos e contribuições vigentes no Brasil)
http://www.receita.fazenda.gov.br/EducaFiscal/textoiconedefaultasp.htm
http://www.portaltransparencia.gov.br/PortalComprasDiretasEDDespesas.asp?Ano=2010&Valor=71914269913485&Pagina=1 (gastos do Governo Federal)
http://www.portaltransparencia.gov.br/receitas/consulta.asp?idHierarquiaOrganizacao=1&idHierarquiaDetalhe=0&idDirecao=1&idHierarquiaOrganizacao0=1&idHierarquiaDetalhe0=0&Exercicio=2010 (fontes de arrecadação do Governo Federal)

domingo, 15 de agosto de 2010

O PHOTOSHOP E A VAQUINHA


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Saiba mais: MSN - Projeto de lei brasileiro propõe redução de uso de Photoshop na mídia



Imagine a seguinte situação:

--Você abre um jornal e lá está aquele enorme anúncio de um açougue, praticando preços absurdamente altos. O anúncio, além de alguns preços em destaque, traz a imagem de uma vaquinha, aproveitando o sol da tarde para comer um capim diet em um spa, e também algumas outras imagens contrastando, numa clara montagem feita em Photoshop, e um texto publicitário, carregado de erros, para falar sobre o açougue.

Pois fique sabendo, caro leitor, que esses abusos vistos neste anúncio poderão ter um fim. Não, não estou fazendo menção ao preço elevado da carne, ou ao imposto descaradamente alto sobre o produto e cujo qual temos que pagar sem contestar. Também não faço referência à quantidade de erros gramaticais e ortográficos que permeiam um grande número desses enfoques publicitários. Ah! Comemore, pois agora você poderá ter o direito de saber se as imagens utilizadas nesta campanha publicitária sofreram tratamento com editores de imagem, como o Photoshop, ou não. Segundo um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, o consumidor deve ter o direito de saber se houve esse tratamento em imagens de modelos (neste caso, a modelo é a vaquinha).

Segundo o projeto, que tramita na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, sempre que existir qualquer tratamento de imagens ou utilização de editores, como o Photoshop, para algum fim de modificação em imagens publicitárias, deverá constar a seguinte advertência junto à campanha: "Atenção: imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada". O Projeto de Lei 6853/10 é do Sr. Deputado Federal Wladimir Costa (PMDB/PA), e não faz referência às imagens constantes em artigos e matérias de jornais e revistas, como nas fotos de modelos nuas em revistas masculinas, por exemplo. O projeto ainda prevê multa de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da lei.

Desculpe-me, amigo leitor, mas preciso fazer algumas perguntas ao ilustre deputado. A segurança pública em nosso país, como está? A quantidade de analfabetos, sejam eles de fato ou funcionais, diminuiu? O sistema público de saúde melhorou seu atendimento? Digo, AS PESSOAS PARARAM DE MORRER EM FILAS DE PRONTO-SOCORRO, ENQUANTO AGUARDAM O PRECÁRIO ATENDIMENTO QUE O ESTADO MANTÉM? Mas tudo bem, pois agora, se alguém estiver numa dessas filas de pronto-socorro, sendo pessimamente atendido e o vento lhe trouxer uma folha de jornal à cara, e esse jornal contiver esse anúncio citado acima, ele verá que a vaquinha sofreu alguns retoques, e que possivelmente ela não tem aquela aparência assim, tão vistosa. Só uma dúvida, Sr. Deputado: E se ela aplicou alguma prótese de silicone em seu ubre, também será obrigatória a discriminação?

Bom, seguindo essa linha de raciocínio do ilustre deputado acima citado, poderíamos implantar algumas outras leis. Uma delas poderia dizer respeito à moralização das campanhas políticas. A lei poderia proibir, por exemplo, as infâmias que alguns candidatos cometem, única e exclusivamente, na intenção de amealhar alguns votos, não interessando a qual preço. Quer um exemplo dessa infâmia? Claro. O próprio Sr. Deputado Wladimir Costa, em sua campanha, aparecia no alto de trios elétricos trajando apenas cuecas. E, ao fim de tudo, ele ainda tem a insolência de dizer que o objetivo da lei é acabar com a “idealização” do corpo humano.

E, para findar, um alerta aos profissionais que trabalham com fotografia, desenvolvimento de campanhas publicitárias e mídia impressa, e criação de sites para a web. Cuidado ao maquiar suas imagens com esses editores, pois, se a tal lei for aprovada, a “vaca pode ir pro brejo”.



Photoshop é marca registrada da Adobe Systems

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E nevou no sul do Brasil






Acompanhe a matéria de origem: G1 - Neva em Cambará do Sul, no RS


E, finalmente em 2010, nevou no Sul do Brasil. Foi uma festa, um corre-corre, com muita gente de outros cantos, mais quentes, pensando em largar tudo e "despencar Brasil abaixo", só para ver a tal neve. Impressionante.

Sou do sul, mais especificamente de Curitiba/Pr, e já conheço neve. Devo admitir que quando tomei contato com aquela coisa gelada, de um frio de doer nos ossos, fiquei maravilhado. Minha intenção era a de sair correndo para fora e fazer tudo o que eu via outras pessoas fazerem na televisão. Seriam bonecos de neve, passeios com os pés afundando naquele tapete branco, briga de bolas de neve, etc. Eu queria tanto aquilo e sai de casa. Ah! Ninguém me seguraria. Cinco minutos depois, voltei para dentro e me coloquei ao lado do fogão e enrolado a um cobertor. Aquilo, a tal neve, era horrível.

Acho, por vezes, que a neve está na cabeça de alguns ignorantes. São pessoas que teimam em não querer ver a realidade em que vivemos. As duas fotos que ilustram esta crônica que você está lendo, mostram bem como a coisa funciona. Na primeira foto, a montanha (em Santa Catarina) está maravilhosamente nevada, uma fartura de beleza aos olhos, enquanto que na segunda foto, temos a triste realidade de uma parcela da população que não suportaria ter contato com essa beleza toda, provocada pela neve.

Por que a segunda foto está menor em relação à primeira? Simples. É a foto de um indigente encontrado morto, pela manhã e diante de uma loja de roupas. E ele nem estava em alguma cidade muito fria. Optei pela foto pequena, tentando chocar menos. Trágico? Não, realidade.

Antes de você desejar intensamente a neve, lembre daqueles que não a suportariam. E, de mais a mais, se você não tem dinheiro para se agasalhar direito, por que cargas d'água você quer neve? Para passar frio? Ah! Você tem dinheiro de sobra... então a conversa muda. A pergunta passa a ser outra, então: Por que você não pega todo esse dinheiro e não desaparece para algum lugar que seja frio por natureza e, assim, para de gorar nossa situação, que já é por demais ruim?

WEB: Assassinando a língua



O que vou discutir adiante carrega um cunho muito pessoal, mas que preciso trazer a público para compartilhamento: minha indignação quanto à montanha de lixo e o descaso que se faz por alguns profissionais dentro do meu ambiente de trabalho, a WEB.

Enquanto se tenta dar um padrão de funcionalidade para a WEB através do W3C (Organização Mundial que visa o a uniformização e certificação de Web Sites), com melhorias para facilitar o usuário, alguns “profissionais” simplesmente esquecem que não estão escrevendo ou desenhando sites para eles, e sim para um número incontável de pessoas. Sou redator Web, e sempre procurei trabalhar com um revisor ao meu lado. Não que eu saiba que vou incorrer em algum erro, mas porque sei que na dinâmica de meu trabalho, alguns erros sempre acabam escapando de meus cuidados. E esse erro fere tanto ao meu cliente, que contratou meus textos, quanto ao futuro usuário daquele texto.

Poderia me referir com ferocidade àqueles que espalham erros esdrúxulos por fóruns, comunidades ou blogs, mas estes não são profissionais. Eles apenas se utilizam de mecanismos finais para publicação, sem ter a mínima noção ou conhecimento dos meios técnicos que os profissionais dispõem nessa hora. E essas técnicas vão desde os estudos na hora da construção de um web site até a sua publicação final, com um tempo enorme de revisão e testes para deixar o site “enxuto” e sem falhas.

Nem vou perder meu tempo com citações quanto à poluição que se vem usando na construção de blogs e sites, como os famigerados “links patrocinados”, que inundam e deixam ridículas a maioria das publicações de hoje na web, ou as animações pesadíssimas ou outras coisas que só fazem por irritar o internauta. Minha indignação maior está no erro gramatical. E não pense você que esses erros dos quais me refiro estão nos pequenos sites ou blogs. Eles tomaram conta dos grandes portais, dos jornais de primeira linha e qualquer outra grande publicação.

É inadmissível que esses veículos de comunicação não tomem o devido cuidado para eliminar esses erros lingüísticos, sejam eles de redação, ortográficos ou qualquer outro. São erros grotescos que mostram muito mais do que o descuido desses profissionais. Eles mostram a FALTA DE RESPEITO que se tem pelo usuário desse produto tão procurado nos dias de hoje, que é a web. Achei esses erros até em sites de empresas que têm como ramo de atividade a consultoria em textos para a internet.

E para piorar ainda mais a situação, achei algumas pérolas que até a pouco tempo só apareciam na língua falada, mas que já aparecem na língua escrita também. E como citei acima, recolhi esses erros de grandes sites. Aliás, sites que dominam a web brasileira. E deixo abaixo uma pequena lista para mostrar porque venho me irritando tanto com os profissionais da área. Dentro dos parênteses está a forma correta da expressão, ou que ao menos imagino ter sido a intenção do autor do erro.

despois (depois), borsa (bolsa), borsite (bursite), custipar (constipar), despositivo (dispositivo), previnido (prevenido, de prevenção), célebro (cérebro), cumigo (comigo), isperando (esperando), bunito (bonito), petrólho ou petrólio (petróleo), abenção (benção), gospir (cuspir), muinto ou muinta (muito ou muita), adevento (advento), adevérbio (advérbio), fejão, fejoada (feijão, feijoada), mulér (mulher, pelo menos assim imagino a intenção), molera (moleira), moletão (bom, neste caso pode ser uma "muleta" grande ou "moletom"), púdico (puDIco... paroxítona, e não proparoxítona), aveia (veia, quando se refere a um vaso sanguíneo), pórva (pólvora), palhativo (paliativo), vou ir (eu vou), adevogado (advogado), profssão (profissão), absolver (quando se quer falar absorver), cademia (academia... juro que vi isso), defeciência (deficiência), pesco (pêssego), creticar, creticando (criticar, criticando), répitil (réptil), consigui (consegui), entrar prá dentro, sair prá fora, subir prá cima, descer prá baixo, abrido (aberto), Ostrália ou Ostrálha (Austrália), vou ir voltar (voltarei. Essa dói na alma), pobrema (problema. Essa é clássica), ademitir (admitir), adimitido (bom, neste caso pode ser "demitido" ou "admitido", dependendo do uso previsto), ólio ou ólho (presumo ser de "óleo". Se for de "olho" eu desisto e vou prá Ostrálha), fália ou faia (falha), familha (família), familhar (familiar).

Nem de perto sou alguém que escreve na forma mais correta, mas como utilizo meus textos de forma profissional, tenho sempre um revisor ao lado. E se você, de uma forma ou outra, se mostra na web escrevendo, tenha um pouco mais de cuidado, principalmente quando o assunto é tratado fora do informal. Vamos tentar tratar um pouco melhor essa nossa já tão castigada língua portuguesa.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Eterna briga : Mulher X Homem




Homens falando: Mulheres dirigem mal, são todas umas fracotes, tinha que ser mulher, etc...

Mulheres falando: Homem nenhum presta, homens são todos iguais, o que seria do homem se não fosse a mulher, etc...


Fala-se tanto em tolerância, humildade, amor ao próximo e tantas outras coisas, mas, ao mesmo tempo, continuamos ouvindo um monte de asneiras por aí. Seria o quê? Hipocrisia de ambas as partes?

Uma das frases mais idiotas que já ouvi: “Atrás de todo grande homem existe uma grande mulher”.

Penso que ninguém está atrás de ninguém. Que andem lado a lado, pois um não é melhor do que o outro.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ser corno ou não ser?



Matéria: Projeto de lei prevê que amante pague pensão em caso de divórcio

Site de origem: G1 - JH

Sr. Deputado Paes de Lira, de São Paulo, parabéns. Já havia passado da hora de alguém tomar um posicionamento quanto a um assunto tão polêmico quanto esse. E repito aqui as palavras do presidente da Associação dos Cornos do Ceará, Sr. José Adauto Caetano: "...o cara, além de ser corno e sofrer com o chifre, ainda ela leva tudo...". Ele está certíssimo. Além de ser difamado pela cornice, ainda tem que pagar monetariamente por isso?

E não me chamem de machista, pois o projeto de lei prevê pena para os dois lados. Mas, uma coisa me chamou a atenção. Na matéria, alguns "cidadãos" se posicionaram de forma contrária ao projeto (não me refiro ao presidente da OAB, mas aos outros entrevistados). Por que eles são contra? São o terceiro elo do relacionamento? Têm medo de acabar pagando pensão? Eles que lembrem que um dia podem vir a provar do próprio remédio, ou seja, virarem cornos.

O fato é que, se a lei for aprovada, a chifrada passa a doer menos, pelo menos no bolso. E aquele (ou aquela) que for procurar alguém fora de casa, evidentemente vai procurar uma (ou um, talvez dois, três... vai da preferência de cada um) amante com mais posses. Amante pé rapado vai perder a vez.

Não sei o que vai acontecer pela frente, mas comer fora de casa pode ficar mais caro num futuro próximo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ouvi por aí... parte II

Mais algumas palavras que andam enroscando boca-afora do povo.
Lembre que a forma correta é a que está entre parênteses.

despois (depois), borsa (bolsa), borsite (bursite), custipar (constipar), despositivo (dispositivo), previnido (prevenido, de prevenção), célebro (cérebro), cumigo (comigo), isperando (esperando), bunito (bonito), petrólho ou petrólio (petróleo), abenção (benção), gospir (cuspir), muinto ou muinta (muito ou muita), adevento (advento), adevérbio (advérbio), fejão, fejoada (feijão, feijoada), mulér (mulher, pelo menos assim eu penso), molera (moleira), moletão (bom, neste caso pode ser uma "muleta" grande ou "moletom"), púdico (puDIco... paroxítona, e não proparoxítona), aveia (veia, quando se refere a um vaso sanguíneo), pórva (pólvora).

O pior é saber que ainda tem muito mais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ouvi por aí.

Não sou nenhum literato, pelo contrário. Meu português é bem "ruinzinho". Mas têm coisas que se ouve por aí que doem nos ouvidos, principalmente quando quem está falando tem formação e conhecimento suficiente para se policiar e evitar o fato.

Segue, abaixo, uma pequena lista das pérolas que lembrei ou ouvi nos últimos dias. Entre parênteses está a forma correta. Com o tempo, vou atualizar a lista.

palhativo (paliativo), vou ir (eu vou), adevogado (advogado), profssão (profissão), absolver (quando se quer falar absorver), cademia (academia... juro que ouvi isso. E foi repetido umas 3 vezes), defeciência (deficiência), pesco (pêssego), creticar, creticando (criticar, criticando), répitil (réptil), consigui (consegui), entrar prá dentro, sair prá fora, subir prá cima, descer prá baixo, abrido (aberto), ruim (numa só sílaba. O correto seria ru-im), Ostrália ou Ostrálha (Austrália), vou ir voltar (voltarei. Essa dói na alma), pobrema (problema. Essa é clássica), ademitir (admitir), adimitido (bom, neste caso pode ser "demitido" ou "admitido", dependendo do uso previsto), ólio ou ólho (presumo ser de "óleo". Se for de "olho" eu desisto e vou prá Ostrálha), fália ou faia (falha), familha (família), familhar (familiar).

Escrevendo a saúde brasileira



Matéria: Novo código de ética busca mudar relação médico-paciente no Brasil
Site de origem da matéria: G1

Bom, vamos lá. Segunda-feira tá chegando, a semana tá inteira, e eu tenho consulta de rotina no médico. Mas, falando em médico, e assistindo ao Fantástico, observei uma matéria que fala justamente deles (a matéria é a mesma do link acima no G1; na matéria, você encontra também um link para a matéria no Fantástico). Na realidade, a matéria era sobre o novo "Código de Ética Médica Brasileiro". Pelo que pude observar, o enfoque básico é melhorar a relação médico-paciente, que anda de precária a ainda mais ruim.

Será incentivada a segunda opinião, isso em caso de dúvidas ou qualquer outro motivo alegado pelo paciente ou responsável por ele. Fica estabelecida, também, a morte digna, o que acaba com os tratamentos paliativos e que pouco resolvem. Além desses fatos, a matéria trata do que diz ser mais importante: a ausência. Concordo em partes. É realmente massacrante para o povo chegar em um posto, pronto-socorro, hospital ou clínica e, simplesmente, descobrir que o médico que DEVERIA estar lá, NÃO ESTÁ. É, no mínimo, irresponsabilidade de alguém, seja do médico que se ausentou ou daquele que deveria, em tese, estar cuidando dessa logística. E o povo, bom... o povo é quem fica com o abacaxi, como sempre.

Mas tem outro ponto na matéria que me chamou a atenção e me levou a escrever este post: garranchos médicos. É incrível como eles conseguem escrever daquela forma. Não adianta a desculpa de que o tempo era escasso na faculdade, com muita matéria durante o curso, que era extressante, que no consultório não têm condições de se escrever direito, etc. Isso não cola. Chego a pensar que alguns fazem propositalmente.

Na própria matéria é dito que um determinado médico, ao ser levado até ele um receituário que ele próprio escreveu, não conseguiu ler o que estava ali (ler é bondade da minha parte. O termo correto, neste caso, seria decifrar). Então, se o próprio médico não conseguiu ler o que escreveu, quem dirá o farmacêutico ou funcionário da farmácia!?! Certa vez, peguei uma receita médica e fui comprar o dito remédio. Me venderam um produto na farmácia, mas fiquei com a pulga atrás da orelha. Fui, então, em mais duas farmácias e, somente na terceira, é que o farmacêutico me vendeu o remédio correto. Nota: a primeira me vendeu remédio prá labirintite e a segunda para calos, e o meu problema era no estômago.

Num consultório médico de posto popular você vê de tudo. Todos os tipos de descaso com a saúde pública estão lá. E faz algum tempo que ouço dizer que vão resolver isso. Bom, talvez se os homens públicos desse país fossem obrigados a se tratar na saúde pública, eles vissem o quanto ela está ruim. E quanto aos médicos e seus garranchos, por favor, sem desculpas. Vocês é que não têm um pingo de boa vontade em melhorar. Se ligassem mais para seus pacientes, isso não aconteceria.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um tributo e uma crítica.


"...se eu tivesse teu olhar, poderia ver a luz,
e nada mais faria, só prá tí vivia,
mesmo que o mundo pare de girar.
"

Matéria: Morre Ivo do Blindagem

Conheça mais: Vídeo da Música Se Eu Tivesse , Letras das Músicas

E o Leminski (Paulo Leminski, poeta e escritor paranaense, prá quem não conhece), precisava de parceria, então, veio buscar o Ivo Rodrigues.

Dificilmente, algum curitibano tenha deixado de ouvir o Blindagem. Todos conheciam, mesmo sem saber. Uns adoravam, outros, não. Diziam que não gostavam ou não conheciam, mas, lá no recanto de suas vidas vazias e solitárias, conheciam sim. A questão de gostar ou não gostar eu não discuto, mas que conheciam, ah! isso conheciam.

O Ivo era gaúcho, veio prá curitiba ainda novo, fez tv, teve banda aqui e ali, até que foi convidado prá integrar o Blindagem. Ritmo? Todos, mas especialmente o Rock. Vi o Ivo fazer de tudo, do folk ao jazz, passando por sertanejo e românticas. Com o Leminski, assinou diversas parcerias. Só o que eu não vi, foi o Ivo se prostituir. Cantou aquilo que gostava e acreditava ser o seu melhor, e não aquilo que é "vendável".

O tributo foi acima, e agora, vem a crítica. Tenho 42 anos e vi o rock atual nascer dentro da ditadura (final dela). Exemplos: Legião Urbana, Engenheiros do Havaii, Capital Inicial, Ira!, Barão Vermelho (na época do Cazuza), e várias outras bandas e cantores. O fato é que a música nacional, especialmente o Rock, passou muito tempo centralizado no eixo Rio-São Paulo. Aos poucos, Brasília, Minas e Rio Grande do Sul foram tomando seu espaço, mas para por aí. Sempre houve um "umbigocentrismo" no mercado fonográfico nacional. Ou você se baseava nessas duas cidades (Rio e São Paulo), ou estava morto pro mercado nacional. Simplesmente não tinha acesso nenhum aos investimentos.

O tempo foi passando, e pouco se mudou nisso tudo. O Blindagem não é novo não, e o Ivo e a "piazada" do Blindagem têm talento, e muito. Mas ficaram por aqui. A voz do Ivo é algo impressionante. Se você duvida, pare prá escutar, mas escute realmente, não apenas uns 5 segundos. Retire aquele maldito bloqueio de achar que só o que a mídia enfia por nossa goela abaixo é bom. Aí então, você verá que eu tenho razão.

Não quero dizer aqui que apenas o que eu gosto é bom. Sou eclético e, antes de criticar, vou conhecer. Então, faça o mesmo. E quanto ao mercado nacional, vai a pergunta: só o que se faz em São Paulo e Rio (em questões de rock) vale a pena ser mostrado para o resto do Brasil e para o mundo? Atenção, gravadoras, o YouTube está aí, mostrando novos talentos para o mundo todo. Se vocês não se interessarem, outros canais podem se interessar. Depois, não venham chorando pelo leite derramado.

Ivo, fica em paz. E vocês, mídia e gravadoras, lembrem que O BRASIL VAI ALÉM DE RIO E SÃO PAULO.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Quer um bom emprego? Simples, basta morrer...

Matéria: Assembleia reconhece pagamento a uma pessoa que já morreu.
Site responsável pela matéria: RPC.

De vez em quando, as pessoas precisam dormir. Aliás, quando comecei este mero blog, achei que iria publicar um post a cada dois ou três dias. Me enganei. Se eu relaxar a guarda e me deixar levar, publico um post a cada cinco minutos. Como tenho trabalhado madrugadas afora, venho pedir que, por favor, aprontem menos neste país chamado Brasil e me deixem DORMIR mais sossegado.

A notícia da vez, citada no link acima, trata da re-contratação de um morto, um falecido, pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná. O sr. Dirceu Pavoni, o falecido em questão, trabalhou (?) e recebeu salário por dois anos e cinco meses (isso mesmo, 29 salários, sem contar gratificações, abonos, etc) após a sua morte. Sua lotação, na Assembléia, era no gabinete do sr. deputado Neivo Beraldin.

Os detalhes sobre o assunto você encontra no link que está no começo do post.

O que me irrita, me tira o sono, é o fato de que as coisas acontecem assim, do nada, como se tudo fosse tirado da cartola de um mágico. Ninguém sabe, ninguém viu. E quando se dá conta, a coisa está bem na sua frente. E é engraçado, pois toda essa quizumba* dá uma conotação literal ao termo "funcionário fantasma".

A Assembléia Legislativa do Paraná ficou notoriamente conhecida, faz poucos dias, pelos Diários "quase" Oficiais. Nem bem esse fato começou a ser investigado, e agora isso.

Vou falar o quê? Fingir que não ví ou que não ouvi nada, é meio difícil. Então, vai o seguinte recado (ou um pedido, dependendo do ponto de vista) para os membros da Assembléia: POR FAVOR, SEJA O QUE FOREM FAZER, FAÇAM COM TRANSPARÊNCIA. O POVO TÁ DE SACO CHEIO E BEIRANDO A IRA, MOTIVADOS POR ATOS VINDOS DAS PESSOAS PÚBLICAS DESSE PAÍS. RESPEITO É BOM E TODOS NÓS, POVO, GOSTAMOS.

Brasil, Brasil, Brasil... como dizia o Cazuza, "... mostra tua cara, quero ver quem paga...".


*o termo quizumba, segundo o dicionário Aulete Digital, quer dizer confusão envolvendo várias pessoas.

Depois, vão dizer que eu tô pegando no pé do Lul... (sr. Presidente).

A matéria é do G1.

Leia a matéria: Presidente nega favorecimento em repasses para prevenção de desastres

Não vou discutir a questão legal da coisa. Existem duas opiniões, e o próprio sr. Presidente Luiz Inácio da Silva pediu para que seja apurada a veracidade. Quem sou eu, então, prá criticar? Mas, tem coisa na matéria que dói na alma!!!

É uma merda mesmo (falei MERDA, sim. O blog é meu, eu sou o censor, e eu me permiti o palavrão... críticas podem ser enviadas e serão bem aceitas.). Segundo palavras do próprio sr. Presidente: "Tem muita gente querendo aparecer no 'Jornal Nacional'". Pergunta: Só existe o "Jornal Nacional" no Brasil? Tá certo que ele, o Jornal Nacional, tem muita credibilidade, eu assisto e gosto, mas ele não é o único que existe no país. E se "essas pessoas" que o sr. Presidente citou queriam aparecer no SBT? Ou na Record? RedeTV? Também existe a MTV!

Presidentes deveriam lembrar que representam o povo. Não deveriam expressar crenças, preferências ou torcidas por esse ou aquele time. Também não deveriam tentar escalar a SELEÇÃO DE FUTEBOL do país.

E quanto à verba de que trata a matéria do link, espero que o sr. Deputado Gedel Vieira Lima explique esses 37,25% de repasse da verba de "prevenção de enchentes" para a Bahia (enquanto Ministro da Integração Nacional). O Brasil é grande, e concentrar repasses ou privilegiar um Estado em detrimento de todos os outros, é de torrar o saquinho, que já anda prá lá de cheio, de todos os outros brasileiros que não são arregados por privilégios ministeriais.

Dentro em breve, vão dizer que só pego no pé do Lula (é o sr. Presidente, mas meio mundo chama o cidadão assim, então, por que não posso chamar também?). Muito pelo contrário, torci muito por ele, cheguei até a votar nele. Mas têm coisas que não dá prá aceitar. Ele deveria, no mínimo, cuidar mais do que fala, ou, pelo menos, assistir outro jornal também. Será que ele tem TV à cabo?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Radares, pardais, fiscalização eletrônica, etc



Em cada cidade, um nome diferente. Radar, lombada eletrônica, pardal e outros, todos definindo o equipamento que mede a velocidade em vias urbanas e rodovias, e registra em imagem os abusos e excessos.

A polêmica em torno desses equipamentos sempre foi grande, com muita gente execrando de forma acentuada a lei que permite seu funcionamento. As alegações vão desde a falta de precisão nas medições até coisas estapafúrdias, como invasão de privacidade. A falta de manutenção em alguns lugares e a depredação, que vem da própria população, colaboram muito para o funcionamento precário de alguns equipamentos.

Bom, os equipamentos estão aí, funcionando e multando, e são amparados por lei. A questão é que esse equipamento, desde que aferido, logicamente, não faz nada mais do que flagrar aquele que descumpre a lei de trânsito. Em Curitiba, num passado muito recente, os radares foram desligados por um certo período, e o abuso na velocidade foi ferrenho. Mesmo proibídos de multar, os equipamentos permaneceram monitorando, e chegaram a registrar velocidades acima de 150 Km/h em vias onde se pode trafegar, no máximo, em 40 km/h. Deduz-se daí que, sem radares, a cidade viraria um caos total.

O "X"da questão, neste caso, vem dos motoristas. Ao serem questionados, 90% deles alegam serem cumpridores das leis regulamentares de trânsito, mas reclamam dos radares da mesma forma. Bom, então, ou EU ESTOU FICANDO BURRO, SURDO E CEGO, ou estas pessoas, que além de hipócritas são idiotas, cretinas e criminosas (quando violam deliberadamente o limite de velocidade), pois se respeitam as leis de trânsito, não têm o porquê temer os radares e pardais.

É. O Brasil continua sendo o Brasil.

O Rio está, literalmente, um rio. Mas, temos copa, olimpíada...

A imagem abaixo mostra os reflexos do descaso e péssima aplicação do dinheiro público.


A foto, da Ag. Reuters, mostra as ruas do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, tomadas pela água e pela lama.

Siga a matéria "CHEGA A 102 O NÚMERO DE MORTOS POR CAUSA DA CHUVA NO RIO" no site de notícias G1, da Globo.

Poderia falar aqui sobre o dinheiro do pré-sal, mas não é a hora. Quero me referir ao descaso público feito pelo senhor Presidente Luiz Inácio da Silva e várias outras autoridades de todas as esferas e gêneros, do esporte ao mundo religioso. Para se trazer a copa do mundo de 2014 para o Brasil e as olimpíadas de 2016 para o Rio, essas pessoas, juntamente com todos os meios de comunicação, fizeram o maior estardalhaço, moveram mundos e fundos.

Pois bem, a copa vem aí, as olimpíadas também. E daí? E se chover durante a copa e alagar o Maracanã? Pior, e se alagar o Rio? Bonito, não é? CADÊ A INFRAESTRUTURA QUE JÁ DEVERIA ESTAR PRONTA PARA A COPA? Bom, mas, e se chover durante as olimpíadas? E se a chuva molhar a barba de alguma autoridade lá de fora? Seria bom, então, alguém daqui do Brasil já tratar de por as barbas de molho...

Outra coisa que me incomoda com relação a tudo isso é que, se pensarmos que temos todo esse dinheiro para pagar copa e olimpíada, então, temos dinheiro para a SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, BEM ESTAR SOCIAL e algumas outras coisinhas que eu possa ter esquecido. O que? Para essas coisas é mais difícil? Tem que ver se está no orçamento?

Pois é, as olimpíadas vêm aí, e o povão tá por aí, morrendo nas filas dos hospitais públicos, vitimados pelo atendimento precário e quase inexistente.

E não adianta me encher o saco ou vir me criticar, dizendo que não é bem assim. Se não acredita, tira essa porcaria de máscara de brasileiro feliz e vai para um posto de saúde de um bairro pobre e fica observando o que acontece. Isso vale prá vocês também, senhores GOVERNADORES, PREFEITOS, ETC..., mas especialmente para Vossa Excelência, senhor Presidente Luiz Inácio da Silva, que foi quem mais comemorou com essa história de olimpíada.

Um assunto como esse deveria passar por aprovação popular, e não ser ditado por meia-duzia de mequetrefes que têm a mídia na mão.

Decidiram por mim e por todos os outros brasileiros, mas ninguém nos consultou. Agora, vamos todos ter que enfiar goela abaixo essa copa e essa olimpíada, e fingir que estamos felizes com tudo isso. Só sei de uma coisa. É bom que todas essas autoridades e pessoas que tanto defenderam a vinda da copa e da olimpíada para cá tratarem de dar uma solução para essa situação no Rio e para todos os outros problemas pelo Brasil afora. Se para uma coisa tem dinheiro, para as outras também tem que ter.

O importante é competir...

Dá uma olhada nessa foto aí de baixo:



Essa é a seleção Brazuca de 2002, campeã, e comandada pelo Felipão. A pergunta é a seguinte: ESSA EQUIPE SAIU DAQUI DO BRASIL, ATRAVESSOU O MUNDO, SÓ PRÁ COMPETIR????

O mundo vive de frases feitas, e essa é uma delas: O importante é competir. Tá errado. Competir, e com lealdade, é obrigação. E, sim, O IMPORTANTE É VENCER. Todo aquele que entra em qualquer competição, deve entrar prá vencer, ou então está antecipando a desculpa pro fracasso e prá derrota. É inadmissível saber que se gasta mundos de dinheiro na preparação de atletas de ponta, com profissionais, materiais e logística, para que depois eles percam e venham com essa desculpa esfarrapada. Até os moleques que batem um futebolzinho no asfalto quente sabem disso.

Essa história de que o importante é competir, é desculpa de pessoas incompetentes, de atletas fracassados e narradores e comentaristas que não têm o que falar.

ÓTIMA ESTRÉIA

De cara, um post contraditório ao que se propõe esse mero blog.

No Paraná, o apresentador do programa policial "RP2" (TV Vila Velha de P. Grossa) resolveu escrachar e ameaçar, ao vivo, um estudante de jornalismo, única e simplesmente porque o mesmo teria feito críticas sobre o dito programa num blog universitário.

Acompanhe a matéria na Folha de São Paulo.

Concordo que se deve falar o que se pensa, e o apresentador do programa policial falou, mas para tudo tem hora e lugar. Se o apresentador pode tecer comentários e criticar o que vê pela frente, também tem que dar a cara a tapa e aceitar o que vem pela frente.

A idiotice toda está naquela pessoa que determinou a não necessidade de um diploma universitário para as funções de jornalismo. Deu nisso. Incompetentes e falastrões espalhados por todos os cantos.

Faz lei, desfaz lei, gasta dinheiro com políticos e magistrados, e o Brasil tá aí, largado para as traças.