domingo, 15 de agosto de 2010

O PHOTOSHOP E A VAQUINHA


Image by Google

Saiba mais: MSN - Projeto de lei brasileiro propõe redução de uso de Photoshop na mídia



Imagine a seguinte situação:

--Você abre um jornal e lá está aquele enorme anúncio de um açougue, praticando preços absurdamente altos. O anúncio, além de alguns preços em destaque, traz a imagem de uma vaquinha, aproveitando o sol da tarde para comer um capim diet em um spa, e também algumas outras imagens contrastando, numa clara montagem feita em Photoshop, e um texto publicitário, carregado de erros, para falar sobre o açougue.

Pois fique sabendo, caro leitor, que esses abusos vistos neste anúncio poderão ter um fim. Não, não estou fazendo menção ao preço elevado da carne, ou ao imposto descaradamente alto sobre o produto e cujo qual temos que pagar sem contestar. Também não faço referência à quantidade de erros gramaticais e ortográficos que permeiam um grande número desses enfoques publicitários. Ah! Comemore, pois agora você poderá ter o direito de saber se as imagens utilizadas nesta campanha publicitária sofreram tratamento com editores de imagem, como o Photoshop, ou não. Segundo um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, o consumidor deve ter o direito de saber se houve esse tratamento em imagens de modelos (neste caso, a modelo é a vaquinha).

Segundo o projeto, que tramita na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, sempre que existir qualquer tratamento de imagens ou utilização de editores, como o Photoshop, para algum fim de modificação em imagens publicitárias, deverá constar a seguinte advertência junto à campanha: "Atenção: imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada". O Projeto de Lei 6853/10 é do Sr. Deputado Federal Wladimir Costa (PMDB/PA), e não faz referência às imagens constantes em artigos e matérias de jornais e revistas, como nas fotos de modelos nuas em revistas masculinas, por exemplo. O projeto ainda prevê multa de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da lei.

Desculpe-me, amigo leitor, mas preciso fazer algumas perguntas ao ilustre deputado. A segurança pública em nosso país, como está? A quantidade de analfabetos, sejam eles de fato ou funcionais, diminuiu? O sistema público de saúde melhorou seu atendimento? Digo, AS PESSOAS PARARAM DE MORRER EM FILAS DE PRONTO-SOCORRO, ENQUANTO AGUARDAM O PRECÁRIO ATENDIMENTO QUE O ESTADO MANTÉM? Mas tudo bem, pois agora, se alguém estiver numa dessas filas de pronto-socorro, sendo pessimamente atendido e o vento lhe trouxer uma folha de jornal à cara, e esse jornal contiver esse anúncio citado acima, ele verá que a vaquinha sofreu alguns retoques, e que possivelmente ela não tem aquela aparência assim, tão vistosa. Só uma dúvida, Sr. Deputado: E se ela aplicou alguma prótese de silicone em seu ubre, também será obrigatória a discriminação?

Bom, seguindo essa linha de raciocínio do ilustre deputado acima citado, poderíamos implantar algumas outras leis. Uma delas poderia dizer respeito à moralização das campanhas políticas. A lei poderia proibir, por exemplo, as infâmias que alguns candidatos cometem, única e exclusivamente, na intenção de amealhar alguns votos, não interessando a qual preço. Quer um exemplo dessa infâmia? Claro. O próprio Sr. Deputado Wladimir Costa, em sua campanha, aparecia no alto de trios elétricos trajando apenas cuecas. E, ao fim de tudo, ele ainda tem a insolência de dizer que o objetivo da lei é acabar com a “idealização” do corpo humano.

E, para findar, um alerta aos profissionais que trabalham com fotografia, desenvolvimento de campanhas publicitárias e mídia impressa, e criação de sites para a web. Cuidado ao maquiar suas imagens com esses editores, pois, se a tal lei for aprovada, a “vaca pode ir pro brejo”.



Photoshop é marca registrada da Adobe Systems

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E nevou no sul do Brasil






Acompanhe a matéria de origem: G1 - Neva em Cambará do Sul, no RS


E, finalmente em 2010, nevou no Sul do Brasil. Foi uma festa, um corre-corre, com muita gente de outros cantos, mais quentes, pensando em largar tudo e "despencar Brasil abaixo", só para ver a tal neve. Impressionante.

Sou do sul, mais especificamente de Curitiba/Pr, e já conheço neve. Devo admitir que quando tomei contato com aquela coisa gelada, de um frio de doer nos ossos, fiquei maravilhado. Minha intenção era a de sair correndo para fora e fazer tudo o que eu via outras pessoas fazerem na televisão. Seriam bonecos de neve, passeios com os pés afundando naquele tapete branco, briga de bolas de neve, etc. Eu queria tanto aquilo e sai de casa. Ah! Ninguém me seguraria. Cinco minutos depois, voltei para dentro e me coloquei ao lado do fogão e enrolado a um cobertor. Aquilo, a tal neve, era horrível.

Acho, por vezes, que a neve está na cabeça de alguns ignorantes. São pessoas que teimam em não querer ver a realidade em que vivemos. As duas fotos que ilustram esta crônica que você está lendo, mostram bem como a coisa funciona. Na primeira foto, a montanha (em Santa Catarina) está maravilhosamente nevada, uma fartura de beleza aos olhos, enquanto que na segunda foto, temos a triste realidade de uma parcela da população que não suportaria ter contato com essa beleza toda, provocada pela neve.

Por que a segunda foto está menor em relação à primeira? Simples. É a foto de um indigente encontrado morto, pela manhã e diante de uma loja de roupas. E ele nem estava em alguma cidade muito fria. Optei pela foto pequena, tentando chocar menos. Trágico? Não, realidade.

Antes de você desejar intensamente a neve, lembre daqueles que não a suportariam. E, de mais a mais, se você não tem dinheiro para se agasalhar direito, por que cargas d'água você quer neve? Para passar frio? Ah! Você tem dinheiro de sobra... então a conversa muda. A pergunta passa a ser outra, então: Por que você não pega todo esse dinheiro e não desaparece para algum lugar que seja frio por natureza e, assim, para de gorar nossa situação, que já é por demais ruim?

WEB: Assassinando a língua



O que vou discutir adiante carrega um cunho muito pessoal, mas que preciso trazer a público para compartilhamento: minha indignação quanto à montanha de lixo e o descaso que se faz por alguns profissionais dentro do meu ambiente de trabalho, a WEB.

Enquanto se tenta dar um padrão de funcionalidade para a WEB através do W3C (Organização Mundial que visa o a uniformização e certificação de Web Sites), com melhorias para facilitar o usuário, alguns “profissionais” simplesmente esquecem que não estão escrevendo ou desenhando sites para eles, e sim para um número incontável de pessoas. Sou redator Web, e sempre procurei trabalhar com um revisor ao meu lado. Não que eu saiba que vou incorrer em algum erro, mas porque sei que na dinâmica de meu trabalho, alguns erros sempre acabam escapando de meus cuidados. E esse erro fere tanto ao meu cliente, que contratou meus textos, quanto ao futuro usuário daquele texto.

Poderia me referir com ferocidade àqueles que espalham erros esdrúxulos por fóruns, comunidades ou blogs, mas estes não são profissionais. Eles apenas se utilizam de mecanismos finais para publicação, sem ter a mínima noção ou conhecimento dos meios técnicos que os profissionais dispõem nessa hora. E essas técnicas vão desde os estudos na hora da construção de um web site até a sua publicação final, com um tempo enorme de revisão e testes para deixar o site “enxuto” e sem falhas.

Nem vou perder meu tempo com citações quanto à poluição que se vem usando na construção de blogs e sites, como os famigerados “links patrocinados”, que inundam e deixam ridículas a maioria das publicações de hoje na web, ou as animações pesadíssimas ou outras coisas que só fazem por irritar o internauta. Minha indignação maior está no erro gramatical. E não pense você que esses erros dos quais me refiro estão nos pequenos sites ou blogs. Eles tomaram conta dos grandes portais, dos jornais de primeira linha e qualquer outra grande publicação.

É inadmissível que esses veículos de comunicação não tomem o devido cuidado para eliminar esses erros lingüísticos, sejam eles de redação, ortográficos ou qualquer outro. São erros grotescos que mostram muito mais do que o descuido desses profissionais. Eles mostram a FALTA DE RESPEITO que se tem pelo usuário desse produto tão procurado nos dias de hoje, que é a web. Achei esses erros até em sites de empresas que têm como ramo de atividade a consultoria em textos para a internet.

E para piorar ainda mais a situação, achei algumas pérolas que até a pouco tempo só apareciam na língua falada, mas que já aparecem na língua escrita também. E como citei acima, recolhi esses erros de grandes sites. Aliás, sites que dominam a web brasileira. E deixo abaixo uma pequena lista para mostrar porque venho me irritando tanto com os profissionais da área. Dentro dos parênteses está a forma correta da expressão, ou que ao menos imagino ter sido a intenção do autor do erro.

despois (depois), borsa (bolsa), borsite (bursite), custipar (constipar), despositivo (dispositivo), previnido (prevenido, de prevenção), célebro (cérebro), cumigo (comigo), isperando (esperando), bunito (bonito), petrólho ou petrólio (petróleo), abenção (benção), gospir (cuspir), muinto ou muinta (muito ou muita), adevento (advento), adevérbio (advérbio), fejão, fejoada (feijão, feijoada), mulér (mulher, pelo menos assim imagino a intenção), molera (moleira), moletão (bom, neste caso pode ser uma "muleta" grande ou "moletom"), púdico (puDIco... paroxítona, e não proparoxítona), aveia (veia, quando se refere a um vaso sanguíneo), pórva (pólvora), palhativo (paliativo), vou ir (eu vou), adevogado (advogado), profssão (profissão), absolver (quando se quer falar absorver), cademia (academia... juro que vi isso), defeciência (deficiência), pesco (pêssego), creticar, creticando (criticar, criticando), répitil (réptil), consigui (consegui), entrar prá dentro, sair prá fora, subir prá cima, descer prá baixo, abrido (aberto), Ostrália ou Ostrálha (Austrália), vou ir voltar (voltarei. Essa dói na alma), pobrema (problema. Essa é clássica), ademitir (admitir), adimitido (bom, neste caso pode ser "demitido" ou "admitido", dependendo do uso previsto), ólio ou ólho (presumo ser de "óleo". Se for de "olho" eu desisto e vou prá Ostrálha), fália ou faia (falha), familha (família), familhar (familiar).

Nem de perto sou alguém que escreve na forma mais correta, mas como utilizo meus textos de forma profissional, tenho sempre um revisor ao lado. E se você, de uma forma ou outra, se mostra na web escrevendo, tenha um pouco mais de cuidado, principalmente quando o assunto é tratado fora do informal. Vamos tentar tratar um pouco melhor essa nossa já tão castigada língua portuguesa.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Eterna briga : Mulher X Homem




Homens falando: Mulheres dirigem mal, são todas umas fracotes, tinha que ser mulher, etc...

Mulheres falando: Homem nenhum presta, homens são todos iguais, o que seria do homem se não fosse a mulher, etc...


Fala-se tanto em tolerância, humildade, amor ao próximo e tantas outras coisas, mas, ao mesmo tempo, continuamos ouvindo um monte de asneiras por aí. Seria o quê? Hipocrisia de ambas as partes?

Uma das frases mais idiotas que já ouvi: “Atrás de todo grande homem existe uma grande mulher”.

Penso que ninguém está atrás de ninguém. Que andem lado a lado, pois um não é melhor do que o outro.